sexta-feira, 10 de abril de 2015

Nem só de poesia vive o homem... da minha coluna INTEGRANDO, publicada em 11 de abril 2015.



Coadjuvantes: Na queda de um helicóptero (02 de abril) em SP, morreram o piloto Carlos Gonçalves, os mecânicos Paulo Moraes, Erick Martinho, e Leandro Souza. Mais tarde se soube da morte do piloto Thomaz Alckmin, filho do governador Geraldo Alckmin, que também estava na aeronave.
Buenas! Assim poderia se publicar o acidente, porém o jornalismo só enfocava ao último. Algumas emissoras nem anunciaram os demais. E quase todos os pronunciamentos de autoridades só lamentavam a morte do filho do governador. As outras quatro vítimas eram coadjuvantes, e seus familiares isentos do sofrimento. A vida está repleta de coadjuvantes.

Coadjuvantes 2: Com seu discernimento aprimorado, pois quem lê um coadjuvante é um leitor contumaz, afirmo que desde os primórdios foi assim. Quer prova? Jesus Cristo foi crucificado entre dois ladrões, e a bíblia sequer cita os nomes deles, embora um deles tenha se salvado, pois que se arrependeu dos pecados. Seu pensamento já cogitou: “Eram ladrões!” Embora o sendo, a mãe destes sofreu dor similar à Maria, pois mãe é mãe!

Coadjuvantes 3: Diz o compositor Leopoldo Rassier na canção SABE MOÇO:

Sabe, moço, que no meio do alvoroço,
tive um lenço no pescoço que foi bandeira pra mim.
Que andei em mil peleias, em lutas brutas e feias
desde o começo até o fim.

Sabe, moço, depois das revoluções,
vi esbanjarem brasões pra caudilhos coronéis.
Vi cintilarem anéis, assinatura em papéis,
honrarias para heróis.

É duro, moço, olhar agora pra história,
e ver páginas de glórias, e retratos de imortais.

Sabe, moço, fui guerreiro como tantos,
que andaram nos quatro cantos, sempre seguindo um clarim.
.
E o que restou? Ah, sim! No peito em vez de medalhas!
Cicatrizes de batalhas: foi o que sobrou pra mim.