Musicada por Mauro Tomé - publicada no seu 2º CD
DAS
RIQUEZAS DO RIO GRANDE
Com dois cavalos
percorri o nosso estado.
Vivi essências
regionais no coração.
Varei caminhos
falquejados por jesuítas.
E até São Borja fui
cruzando reduções.
Hospitaleiro, um
campeiro deu pousada.
Costela assada rodeou
fogo de chão.
Mantas de charque, o
arroz, mais um pelego;
doou farturas da
pampiana produção.
Costeando rios, duas
fronteiras, campo largo,
gado e cavalos, garça
e bando de cardeais.
Muitos capinchos na
sombra dos paradeiros
e um aquífero que
emana potenciais.
Na
fauna e flora as riquezas deste pago.
Das
mãos gaúchas o progresso em união.
Dentro
da alma as virtudes ganham vulto
no amor
e culto pela nossa tradição.
Troteei planuras por
Pelotas e Rio Grande.
Doce campanha dos
ventos e arrozais.
Um peão mestiço trocou gastas ferraduras.
Passei lagoas, vi
pólos industriais.
Na capital, Grenal
dividiu o povo,
e uniu de novo ao
madrugar pra chimarreada.
Vale dos Sinos
desfilei com botas novas
Nos cataventos de
Osório fiz estada.
Depois das praias
dancei um bugio na serra
Festa da uva, do
turismo e das hortênsias.
Em Vacaria lacei com
pingo estropiado
Em águas termais
repousei noutra querência.
...
Pelo planalto cheguei
à Região Celeiro,
Carne suína, soja e
milho, agricultura.
Rio Uruguai, que tem
no Salto Yucumã,
maior do mundo em
longitude e formosura.
Em Soledade,
qualidade em minerais,
Lindos cristais no
topo daquela serra.
Em Santa Cruz o chope
da imigração
e mais ao centro
muitos fósseis sob a terra.
Do meu estado há bem
mais para cantar,
O lenço rubro repontando
antanhas trilhas.
Em cada filho chama acesa
se renova
Com as tradições e a Semana Farroupilha.